Sobre inveja, cordas e prédios.

O essencial, segundo Exupéry, é invisível aos olhos, mas os humanos “só
acreditam vendo”. É chato encarar a realidade, mas os nossos irmãos de
fé, os nossos equivalentes evolutivos não dão credibilidade àquilo que vai
além do que é palpável.

Pode haver quem queira negar o que digo, mas aquele que o fizer, olhará
para os lados e verá que é realmente assim. Uma pessoa se aproxima mais
facilmente de outra por causa do seu celular de ultima geração do que pelo
timbre de sua voz. Ah, claro que eu sou uma sentimentalóide irreparável,
mas viver com a cabeça nas nuvens não é algo tão ridículo quanto possa
parecer.

Se você diz a alguém que se sente feliz ao conversar com uma pessoa por
msn porque as palavras que ela usa e as letras que escolhe para simbolizar
seu riso lhe confortam, é claro que vai ser tachado de louco. Se por um acaso
você também resolve dizer que trocaria a novela das oito por uma hora falando
doideiras através de uma rede virtual, estaria fazendo quase o mesmo que pedir
para ser internado eternamente no hospício mais severo possível.

Talvez eu realmente seja uma doida varrida de predolina, talvez eu seja a única
normal e o mundo todo não passe de uma massa putrefata. Talvez ainda eu
simplesmente não possa dizer o que é ou não o correto, mas essa última hipótese,
claro, é a mais improvável.... ;D

E tudo isso, toda essa porcaria de prolixidade que me persegue, é só pra dizer
que dentre tantas coisas cartesianamente localizáveis, foi num bando de doidos
que eu nunca vi com meus olhos, mas que já conheço detalhadamente com o
meu coração (oooh, ti fofo, tia Gah *.*) que encontrei o meu lugar. Aquele lugar
onde a gente se sente bem e sabe que pode fazer a diferença.

Daqui a seis meses talvez isso não seja mais do que um passado sem importância,
mas viver é se sujeitar a ver as coisas mais lindas serem deterioradas pelo tempo.

Pelo menos por enquanto, a GaGa aqui pode dizer que invejas, cordas e prédios
são o que realmente importam...